sexta-feira, 30 de setembro de 2016

Nota prévia

Alguns factores que condicionaram os resultados dos recenseamentos populacionais em Portugal e que poderão ajudar a compreender melhor as alterações demográficas:

Entre 1900 e 1911 - elevadas taxas de natalidade (+/- 30%) e de mortalidade (+/- 20%); idade média da população a rondar os 27 anos; aumento progressivo da vaga migratória, que tem como destino principal o Brasil; a 1 de Abril de 1911 é introduzido o registo obrigatório dos nascimentos para efeitos estatísticos que, até esta data, assentavam no registo dos baptismos.
Entre 1911 e 1920 - aumenta a emigração para o Brasil até 1913; crise económica resultante da 1ª Grande Guerra; redução da emigração durante o conflito 1914-18; peste pneumónica que vitima em 1918 cerca de 60.000 portugueses, sendo grande parte deles crianças recém-nascidas e idosos.
Entre 1920 e 1950 – retoma do fluxo migratório para o Brasil até 1930; posterior redução da emigração em resultado da crise económica dos anos 30 e dos entraves levantados por alguns países; esperança média de vida ronda os 40 anos; eclosão da 2ª Grande Guerra; paralisação dos transportes marítimos durante este conflito; diminuição acentuada da mortalidade, mantendo-se a natalidade a níveis bastante elevados
Entre 1950 e 1970 – alteração do destino da emigração, que se passa a fazer primordialmente para França e para as colónias; eclosão das guerras coloniais em 1961, o que contribui para o forte aumento da  emigração clandestina para França; a alteração de hábitos na sociedade portuguesa, designadamente da população feminina; migração de parte da população mais jovem do interior para o litoral do País; continua a registar-se a diminuição da mortalidade, embora a ritmo inferior ao verificado anteriormente, e inicia-se o declínio acentuado da natalidade.
Entre 1970 e 1981 – crise petrolífera de 1973, com redução da emigração para os países europeus; a baixa das taxas de natalidade e de mortalidade; descolonização, com a vinda para o Continente de cerca de 600.000 residentes das ex-colónias; a chegada de imigrantes provenientes do PALOP e Brasil; melhoria das condições higio-sanitárias nas regiões do interior; atribuição de reformas aos habitantes mais idosos; aumento da esperança média de vida.
Entre 1981 e 2011 – número de casamentos em queda e cada vez mais tardios; restabelecimento do equilíbrio entre as taxas de natalidade e de mortalidade, mas agora a níveis baixos e muito próximos; aumento do número de imigrantes, que passam a representar cerca de 4% da população;  crise financeira de 2008 com as consequentes restrições económicas; aumento da emigração para os países europeus, que afecta principalmente a população jovem.
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Para além deste factores de nível geral, há a acrescer os designados factores regionais ou locais que podem influenciar a forma como a população de uma determinada comunidade evolui, por vezes de forma diferenciada no mesmo período de tempo, seja de freguesia para freguesia, de concelho para concelho ou de distrito para distrito.

Tais factores têm a ver, nuns casos, com as condições que condicionam as taxas de natalidade, de mortalidade e de emigração, noutros, com os índices de atracção que exercem sobre a população de outras regiões (facilidade de emprego, qualidade de vida, criação de polos indústrias ou escolares, etc.), e noutros, ainda que com carácter temporário, a construção de obras públicas (barragens, auto-estradas, por ex.). 

 


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